Olá amigos! Janeiro está terminando e já passou da hora de voltarmos a conversar sobre IA e ML, não é mesmo? Afina, tem muita coisa bacana acontecendo mundo afora, e já tem até IA lendo o pensamento humano com algum grau de sucesso!
Cérebros Falantes
Recentemente pesquisadores da Meta publicaram os resultados de uma pesquisa na qual obtiveram sucesso ao transduzir (isso mesmo, trata-se mais de uma transdução, processo pelo qual uma energia se transforma noutra de diferente natureza, do que uma tradução) sinais elétricos cerebrais em linguagem falada. Certamente vocês já ouviram a respeito do implante cerebral da empresa do Elon Musk, a Neuralink. A vantagem do processo publicado pela Meta é ser não-invasivo, ou seja, não requer abrir o seu crânio para implantar eletrodos acoplados ao seu cérebro. As implicações destes estudos para pessoas com dificuldades neuromotoras que impedem a fala, por exemplo, são bastante promissoras.
Vislumbrando Pensamentos
Numa publicação mais recente, cientistas japoneses do Instituto Nacional de Ciência Quântica e Tecnologia (QST) demonstraram ser possível reconstruir imagens complexas baseando-se apenas nos pensamentos de uma pessoa, com eficácia entre 50% e 75% de acuracidade. Parece coisa do Black Mirror (veja temporada 4, episódio 3 "Crocodile") virando realidade, não é?

Os resultados ainda são bem excipientes, mas já dá para ter uma noção de como funciona. De forma similar à pesquisa da Meta, trata-se de um processo não-invasivo. Os impulsos cerebrais oriundos de sessões de Ressonância Magnética Funcional (fMRI) nas quais entre 30 minutos a uma hora de imagens foram apresentadas aos voluntários serviram de base para o treinamento de modelos LLM. Em sessões posteriores os mesmos voluntários foram solicitados a "pensar" nas imagens que viram, enquanto seus cérebros eram novamente escaneados pela RMF. Foram estes segundos dados obtidos que serviram de "prompt" para o modelo gerar as imagens nas quais as pessoas estavam pensando, com resultados bastante promissores.
Entretanto, a equipe japonesa alerta que, para recriar imagens a partir da atividade cerebral é necessário que o voluntário esteja visualizando a imagem original com seus próprios olhos, ou seja, o método ainda não pode ser usado para visualizar, digamos, os sonhos de outra pessoa (por enquanto).
Quem quiser conhecer mais a respeito destas pesquisas pode acessar a íntegra das publicações científicas da Meta e do QST na Nature e na ScienceDirect, respectivamente.
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